Eu fico pensado sobre arte, sobre porquê lançar algo que precisa de muita elaboração num mundo tão instantâneo. Que necessidade é essa? ou que trabalho é esse? AHHH é trabalho, ahhh pode ser um trabalho, e porque não se ganha por isso? não sustenta-se com isso?
é tanta dificuldade, tanto empecilho.Pouquíssimo retorno.
só pode ser fisiológico.
Nos tempos de hoje ser artista é só ser insistente, teoricamente, qualquer um pode ser.
Claro que quando esse registro sair, pra algumas (maioria das) pessoas ele vai ser só aquilo, e vai parecer que foi tudo muito fácil. Por que a gente não é formado pra saber como é o PROCESSO, quais são os meios, as burocracias, a gente só se importa com o PRODUTO. Mas esse produto é fruto dessa história que foi construída no processo, cada escolha é de extrema importância. E eu já trazia uma bagagem também, minhas composições, minha história.
Antigamente, a pessoa era contratada por uma gravadora, tinha a verba e as regras pra gravar um cd, as coisas foram mudando, os equipamentos se tornando mais acessíveis, as formas menos rígidas e mais alternativas e hoje é possível gravar até em casa. Eu não tenho o dinheiro nem a técnica de gravar bem e nem fui contratado por ninguém, mas resolvi investir num financiamento coletivo pra registrar o que eu vinha compondo desde 2009 e saiu, sendo um projeto relativamente barato. Isso porque não estou pagando os músicos, não estou pagando ao produtor, não estou pagando a mim, to pagando só o que é extremamente necessário e me envergonho pro isso, eu queria que todos estivessem recebendo por "perderem" seu tempo dedicando-se a esse filhinho. Infelizmente hoje em dia as coisas só saem com um produtor muito bom, editais, patrocínios ou berço de ouro com pais compreensíveis.NÃO É QUALQUER UM QUE INVESTE NA ARTE, tiro no escuro.
Não sou músico por formação, mas já tive contato com o estudo da música e tendo uma banda de rock desde 2007 eu já vinha investigando o que me interessava nessa linguagem, mas depois de uma baita decepção amorosa (que primeiramente resultou nesse blog) minha percepção sonora, minha sensibilidade foi alterada e o que saia de mim era outro tipo de música, e foi a partir desse momento que eu percebi que podia criar canções, porque no AK eu criava melodias e letras pros riffs dos meninos, os meninos nunca me limitaram, mas era assim minha metodologia. Hoje me sinto mais seguro e penso a música como teatro, como intenção, como gênero. Consigo oscilar em propostas sonoras de acordo com o que sinto ou com o que quero passar.
Esse CD é minha vida
um recorte dela
levemente ficcionalizado
Eu não fiz música pra ex, pra atuais ou pra futuros relacionamentos, eu fiz pra mim, sobre o que eu sentia/vivia e sinto tanta felicidade quando vejo todo mundo cantando junto, porque me sinto menos só nas angústias de precisar de alguém.
Pra minha família ele sair ou não sair, tanto faz, é só mais uma loucura de um cara inquieto que resolveu que seria artista.
Sinto-me lisongiado por ter recebido o apoio financeiro de muitos amigos e apreciadores do trabalho que venho desenvolvendo e sortudo por ter perto tanta gente competente e com caráter se entregando tanto quanto eu ao processo.
Luiz Gadelha, que eu sou muito fã, está trabalhando a primeira vez como produtor de um disco, ele já é compositor e já registrou muitas canções, tem uma bagagem rica e extensa e eu sabia que não seria diferente, eles está acrescentando demais à tudo.
Garibaldi, o polvo das mils bandas, por quem eu já tinha um afeto inexplicável pelo modo de tocar bateria, arranjou um tempinho e já gravou tudo do CD, é um artista/artesão potente e que merece muita atenção. quero junto. Foram 11 baterias de 13 canções (sendo uma delas uma intro pro CD).
Muito obrigado a quem deu dinheiro por fora do catarse!!
Diego Bezerra e Deywison Maciel, admito que eu já "ficava" com as guitarras do Androide, mas só me apaixonei por elas no processo de captação, as novas roupagens pras músicas que eu compus estão salvando as canções que eu não gostava tanto e valorizando as que eu já tinha uma preferência. Eu me emocionei no último dia da primeira semana de gravação, porque me surpreendeu, superou minhas expectativas.
Já foram 4 dias de captação e eu to amando estar dentro do estúdio, é um outro tipo de prazer, de percepção, de sensibilidade. Eu nunca tinha vivido algo dessa forma porque na gravação do EP do AK, os meninos não me chamaram de propósito, sentiam-se inseguros com meu senso crítico =\ e na época eu admito que eu era mais chato. To aprendendo muito e modificando minha metodologia de criação já pro próximo CD. Estamos criando muita coisa no momento do registro, dando muitas camadas de significação sonora. eu não paro. Mas quero viver tudo no tempo certo, mesmo eu sendo meio embaralhado em relação à temporalidade.
Assista ao vídeo da 1º Primeira semana de gravação, foram 4 dias, terminamos a bateria e metade das guitarras e aguardem os próximos capítulos!!! Quase tudo registrado por outro grande parceiro/artista; Diego Marcel!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário